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Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos

Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos Nesta semana, a medida provisória que aumentava impostos perdeu validade. A...

Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos
Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos (Foto: Reprodução)

Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos Nesta semana, a medida provisória que aumentava impostos perdeu validade. A Câmara dos Deputados simplesmente não votou a MP. Isso impôs ao governo uma dificuldade grande para cumprir a meta do Orçamento em 2026, em grande parte porque não houve uma redução dos gastos. O governo se propôs a impedir o aumento de gastos públicos, mas a tarefa está está longe de ser alcançada. Chegou a estabelecer medidas para conter despesas. Uma delas, a exigência de biometria para quem já recebe benefícios sociais como o BPC e Bolsa Família, não saiu do papel. A iniciativa para impedir fraudes e irregularidades representaria R$ 2,5 bilhões de economia por ano, mas não começou para valer. Em nota, a Casa Civil afirmou que a implementação da biometria já é obrigatória para a concessão de benefícios como o seguro-defeso e o BPC, e que no final de novembro outros benefícios também passarão a ser condicionados à comprovação biométrica. Mas o Ministério da Gestão e Inovação disse que esse prazo não vale para manutenção e renovação de benefícios. Segundo a nota, esses beneficiários terão prazo maior, que ainda será divulgado. No Congresso, as ações de redução de despesas defendidas pelo governo também não andaram. O corte dos chamados supersalários no funcionalismo público, a reforma da Previdência dos militares, a revisão de benefícios fiscais - todos sem previsão de votação. Do lado da arrecadação, o governo se empenhou a votar no Congresso um aumento de impostos - que não passou. “O governo tem tentado aí cada vez mais aprovar medidas que tentem aumentar as receitas, embora para isso ele dependa do Congresso. E hoje essa relação parece muito frágil. Do outro lado, ele vai ter que tentar contingenciar gastos, e aí é inevitável ficar dentro da peça orçamentária peça esse tipo de equilíbrio”, afirma Juliana Inhasz, economista e professora do Insper. Governo busca alternativas para fechar contas de 2026 sem MP que aumentava impostos Jornal Nacional/ Reprodução A fatura já é conhecida. O ano que vem vai começar com o Orçamento engessado, com mais de 92% de despesas obrigatórias consumindo praticamente todo o orçamento público, ou seja, quase todo o dinheiro arrecadado com impostos. “O Brasil consegue ser um país em que a gente gasta cada vez mais e investe cada vez menos. A gente está falando de um governo que planeja gastar, no ano que vem, coisa como R$ 2,6 trilhões. Quanto disso é investimento? Nada. Quase tudo isso daí acaba sendo para, enfim, pagar Previdência, pagar funcionalismo, pagar as demais despesas obrigatórias. Quando você vai ver, no final do dia, não sobra muito dinheiro”, diz o economista Alexandre Schwartsman. Economistas alertam que, apesar de conseguir cumprir a meta fiscal no papel, a dívida pública continua aumentando. Diante disso, o que fazer? “A gente tem a ausência de propostas no sentido de reformar, de mudar a dinâmica de gasto previdenciário. A insistência em elevar o salário mínimo acima da inflação, sabendo que o salário mínimo indexa diretamente todo o Benefício de Prestação Continuada, seguro-defeso, seguro-desemprego, abono salarial, e a maior parte das aposentadorias e pensões, essa é uma decisão do governo”, afirma Alexandre Schwartsman. “Se a gente tivesse com as contas realmente equilibradas, o governo não estaria precisando juntar ali todas as suas alternativas como se estivesse pegando um pouquinho de cada, a contribuição de cada uma dessas medidas para conseguir fechar a conta”, diz Juliana Inhasz. LEIA TAMBÉM Após derrota na Câmara, governo analisa como vai recompor a redução de R$ 20 bilhões na previsão de arrecadação de 2026 Na data-limite para votação, oposição retira da pauta MP criada para substituir aumento do IOF e impõe derrota ao governo